Uma
pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos em alguma região do
planeta. A estatística assombrosa foi revelada nesta manhã pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu primeiro relatório mundial sobre o assunto. Para cada indivíduo que morre desta forma, mais de 20 já tentaram.
A pesquisa mostra que o suicídio é um problema de saúde pública global que atinge todas as faixas etárias, acontece com frequência em todos os países e por diferentes razões.
A ideia de que o ato tem relação com doenças mentais, como depressão,
por exemplo, é consolidada. Entretanto, a entidade chama a atenção para
outros fatores que podem contribuir para que uma pessoa recorra ao ato.
“Muitos suicídios
acontecem em momentos de crise com o enfraquecimento da habilidade de
lidar com os problemas da vida, como problemas financeiros, fins de
relacionamentos amorosos, dores crônicas e doenças”, explica a OMS.
Nos países de alta
renda, o grupo mais vulnerável é o de homens com mais de 50 anos. Já em
países de baixa ou média renda, o foco está em mulheres com mais de 70
anos e jovens adultos, entre 15 e 29 anos. Neste último grupo, o
suicídio se tornou a segunda maior causa de mortes, atrás apenas de
acidentes de trânsito.
Estes países são
ainda os líderes neste tipo de morte. Dos 804.000 casos registrados em
2012, 75,5% aconteceram nestes locais. Um dos motivos para o alto
índice, constata a OMS, é o fato de que a maioria deles sequer conta com
recursos e serviços adequados para o tratamento de quem os necessitam.
Por ser um assunto
sensível entre a população e até ilegal em muitos países, como na Índia,
por exemplo, onde foram registrados quase 260 mil casos em 2012, a OMS
teme que a quantidade de suicídios no mundo seja ainda maior. Mas a
entidade lembra que a prevenção é possível. E uma das medidas mais
eficazes, diz o estudo, é a restrição ao acesso aos principais meios de
suicídio, como armas e pesticidas.
Japão
O Japão é citado no
estudo como exemplo. Em 1998, o país enfrentava uma grande crise
econômica que acabou por impactar de forma severa os números
relacionados ao suicídio. Naquele ano, foram registrados 32.863 casos —
contra 24.391 no ano anterior.
A virada começou em
em 2002, quando filhos que perderam seus pais começaram a compartilhar
suas experiências e o governo passou a tratar a questão como saúde
pública, criando políticas preventivas que abordavam questões
psicológicas, econômicas e culturais. O resultado: em 2012 o número de
suicídios pela primeira vez ficou abaixo dos 30 mil.
Fonte: EXAME
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