Serra Talhada, assim como muitas cidades do Sertão de Pernambuco, tem sua história intimamente ligada à religiosidade. Muitos padres ficaram famosos por seu trabalho na cidade. Padre Jesus Garcia, padre Orlando Bezerra, Dom Egídio Bisol passaram pela Capital do Xaxado. Um deles merece o nosso reconhecimento, pois completa nesta segunda-feira (13), 80 anos de história e entrega religiosa.
Falamos de padre Afonso Carvalho, figura ilustre natural de Mirandiba, mas radicado na Capital do Xaxado. Em quatro décadas de vida, ele dedicou 52 anos ao sacerdócio e as causas do meio ambiente. Em conversa , nesta segunda, o pároco ensinou que a melhor coisa da vida é o trabalho que se faz com amor. Mas atualmente, por não enxergar, ele se sente limitado.
“A melhor coisa que fiz nesses 80 anos foi trabalhar. Ocupar-se, é a atividade mais importante do ser humano é manter-se sempre ocupado. O corpo vazio, o homem cai. É como a bicicleta, se não pedalar você tende a parar ou cair, assim é o homem sem trabalho. O trabalho aperfeiçoa, educa, desenvolve e ordena as pessoas para viver melhor. Hoje me sinto prisioneiro porque estou cego, eu tenho muitos livros em várias áreas de conhecimento, eu poderia, mesmo com essa idade, estar revivendo esses conhecimentos e melhorando mais”, relatou.
Indagado sobre qual seria seu desejo para Serra Talhada após exercer a vida sacerdotal por todas essas décadas na cidade, o padre disse que gostaria de muita coisa, mas sobretudo que as famílias se organizassem e renovassem o sentido da palavra. “O que lamenta aqui é a família, eu queria que a família se organizasse mais, renovar o sentido de família em construção de uma sociedade sadia. As famílias estão desestruturadas e o meu recado é que se organizem mais para viver em família com mais amor”, aconselhou padre Afonso.
Como bom ambientalista, o padre ainda fez uma observação significativa sobre os cuidados com a natureza de Serra Talhada e diz que as pessoas são alienadas por não cuidarem do planeta. “As pessoas falam muito em calor, mas não plantam uma árvore sequer. Eu acho um desinteresse, a árvore é quem constrói o planeta. O povo alienado da Terra e na cidade está a mesma coisa, além de aparecer algumas e quando uns plantam outros destroem”, finalizou.
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